Sejus finaliza mais uma etapa do projeto Vivendo e Empreendendo

8 de junho de 2018 - 08:36

“Eu nem acredito que eu estava passando dificuldade, passando fome e hoje eu tenho outra vida”. Com essas palavras, Rosecleide Ferreira, egressa do sistema penitenciário, se diz agradecida por participar do Vivendo e Empreendendo. O projeto da Secretaria da Justiça e Cidadania do Estado (Sejus), executado pela Coordenadoria de Inclusão Social do Preso e do Egresso (Cispe), possibilita a capacitação profissional e a implantação de novos negócios para a geração de renda dos egressos do sistema penitenciário. Em mais uma turma, a Sejus finaliza nesta sexta-feira (8), às 9 horas, o treinamento sobre como empreender e manipular alimentos para 16 alunos. A próxima etapa é o recebimento dos carrinhos de lanche.

Rosecleide possui o carrinho desde junho de 2017 e diz que ele vende de tudo. “Tenho tapioca, salgados, sanduiches, cachorro quente, bolo, bombons, água e suco. Aprendi que, quanto mais variedade, mais se vende”. Ela indica também que fez vários cursos da área de alimentação oferecidos pela Cispe, incluindo o de salgados de forno. “Isso facilitou para que eu mesma produza o que vendo, fica mais barato pra mim”, explica.

O projeto Vivendo e Empreendendo dá novas oportunidades de vida aos egressos do sistema penitenciário cearense. Desde 2015, já foram distribuídos 61 carrinhos de lanches com equipamentos para produção de batata frita, tapioca e salgados. Os beneficiados participaram de cursos de manipulação de alimentos ofertados pela Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (STDS) e Secretaria Municipal de Direitos Humanos e Desenvolvimento Social (SDHDS), de cursos de empreendedorismo realizados pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) e de cursos de salgadeiro oferecidos pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac).

A assistência começa na capacitação dos egressos e segue mesmo depois da entrega dos carrinhos. A circulação deles é previamente autorizada pela Prefeitura Municipal de Fortaleza, que também participa do acompanhamento após a entrega dos equipamentos de trabalho junto à Sejus. São promovidos encontros periódicos nos seis primeiros meses para possibilitar a troca de experiências e solucionar possíveis problemas no processo de implantação do novo negócio.

A coordenadora da Cispe, Cristiane Gadelha, destaca o papel importante do projeto para os que querem se reinserir na sociedade. “Mesmo não sendo um trabalho com carteira assinada, o empreendedorismo pode transformar vidas e ser eficaz para a ressocialização e geração de renda dessas pessoas”, diz Cristiane.

Rosecleide concorda. “As pessoas não acreditavam que eu poderia mudar, hoje me olham de outra forma, com respeito. A vida para quem sai do sistema não é fácil e temos que insistir no que for certo”. E conclui: “não tem preço viver honestamente”.